segunda-feira, 4 de junho de 2012

XXVIII Concílio da Diocese Anglicana do Recife



A ILUMINURA DO XXVIII CONCÍLIO DA DIOCESE ANGLICANA DO RECIFE

Podemos remontar ao Egito Antigo a arte de ilustrar textos. Porém foi na Europa, no período particularmente compreendido entre os séculos V e XV, que a arte das iluminuras se desenvolveu. Destacam-se neste período as iluminuras confeccionadas nos mosteiros das ilhas Britânicas, como os Evangelhos de Lindisfarne (Lindisfarne Gospels) e o Livro de Kells, com forte influência da cultura celta. Tais mosteiros, como os de Lindisfarne e Iona, forma centros irradiadores de arte e evangelização a toda Europa. Mas, o que são iluminuras?
Grosso modo, as Iluminuras são textos caligrafados e ilustrados (decorados) com imagens coloridas, acompanhadas ou não por detalhes dourados. Inclusive é a presença do dourado (aplicação de folhas de ouro) que nomeia a arte das iluminuras: o texto caligrafado ficava “iluminado” por conta do brilho do ouro neles. As iluminuras também são conhecidas como ‘miniaturas’ por conta da grande presença do pigmento vermelho (em latim: minimum) usado nos textos caligrafados e ilustrados. Geralmente era a primeira letra do ‘capítulo’ do texto manuscrito, por isso chamada ‘capitular’, que se apresentava em cor vermelha ou com detalhes (filigranas) dourados.
Seguindo de perto a tradição da iconografia medieval, também presente nas iluminuras, meu trabalho é também uma alegoria sobre o que somos e desejamos. A confecção da iluminura partiu então de elementos (imagens) que remetem a nossa identidade eclesial e cultural: somos uma diocese episcopal anglicana no nordeste do Brasil. Façamos uma breve aproximação de tal iconografia...
Na iluminura do XXVIII Concílio Diocesano destaca-se a imagem do ‘báculo’, símbolo do episcopado; e por relação, da igreja local (‘Onde está o bispo, aí está a Igreja’ Santo Inácio de Antioquia (+ 107)). Báculo este que está ‘vivo’, na medida em que está plantado no solo (ver suas raízes) e apresenta-se coberto de ramos. Os ramos e folhas, por sua vez, lembram a arvore símbolo das matas pernambucanas: o visgueiro (Parkia pendula). Na parte superior do báculo temos o brasão da diocese. Importante destacar que sai do báculo um ramo que ‘envolve’ imagens que evocam o Quadrilátero de Lambeth, a dizer que tal episcopado está ‘envolvido’ na identidade anglicana; assim como suas raízes estão ladeadas pela logomarca da IEAB (Província) e pela cruz celta (anglicana).
Esta terra, onde o báculo está ‘plantado’ é nordestina: representados pelo coqueiro (litoral) e pelo mandacaru (sertão). Ambos estão vivos, viçosos e floridos. Na base da ilustração, uma praia estende-se e nela nasce o sol... Sobre tal paisagem desce três labaredas de fogo (Espírito Santo). Mais acima, uma imagem lembra-nos a Trindade: modelo da comunhão perfeita e por extensão da Igreja. Em seu centro está a ‘Cruz de Cantuária’, um dos símbolos de nossa identidade e de nossa Comunhão Anglicana.
Em resumo pode-se dizer que as ilustrações, assim como as cores escolhidas, presentes na iluminura do XXVIII Concílio Diocesano expressam vida e identidade. São imagens que falam de nossas raízes anglicanas (cruz celta e cruz de Cantuária), episcopal (báculo e nordestina (paisagem).

Eduardo Henrique
(Ribeiro Halves)

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