quarta-feira, 24 de julho de 2013

Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento apoia a Liberdade

O SADD - Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento -, tem acompanhado de perto toda nossa Caminhada. E tem nos oferecido ajuda - com assessorias e encontros de formação - para melhor desenvolver a ação diaconal da Igreja com nossa gente da Liberdade





MJPOP Liberdade aprendendo a usar o som




Equipe do SADD reunida em Brasília - DF
O Ponto Missionário da Liberdade está em festa. Estamos vivendo um momento muito especial em nossa Caminhada de fé. Nos últimos meses o diálogo com a comunidade de Santo Aleixo, bairro de periferia da cidade de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, só tem aumentado. E estamos percebendo o direcionamento de Deus para nossa Missão: ouvir as pessoas e Caminhar com elas orando, Celebrando e agindo. Somos uma pequena comunidade cheia de alegria, fé e esperança. E sonhamos com a Liberdade para todas as pessoas sem distinção de raça, credo e orientação. Sendo assim, afirmamos a inclusividade, o respeito a diversidade e a aceitação das diferenças como princípio cristão a ser vivido como testemunho diário.  

Aos poucos vamos percebendo o desejo de viver numa comunidade de fé simples e acolhedora por parte de quem chega para Celebrar com a gente. Mas, não é uma Missão fácil. Vivemos em estado de alerta constante, crescente e contínuo. Possibilidade de furtos, risco de inundação a cada inverno, precariedade nas instalações, pobreza no contexto do bairro, miséria estampada nas ruas, crianças, adolescentes e jovens vivendo em constante situação de risco e vulnerabilidade, contexto de violência doméstica, mulheres vítimas de violência de gênero, a juventude sendo dizimada violentamente, esses são, basicamente, os desafios de nossa Missão. Mas, Deus tem derramado bençãos sobre nossas vidas. 

Encontro REJU casa do CEBI, em Abreu e Lima - PE

Já há algum tempo temos a experiência de vivenciar uma fé ecumênica a partir da presença da REJU - Rede Ecumênica de Juventude - desde os seus primeiros passos por Pernambuco, em 2008, quando participamos da 2ª Jornada Ecumênica do Nordeste. Também por essa época começamos a nos relacionar com a Visão Mundial buscando descobrir uma maneira de firmar parceria com nossas ações no bairro. Então, nos apresentaram o MJPOP - Monitoramento Jovem de Políticas Públicas que, em nosso caso, passou a se chamar de MJPOP Liberdade. Nessa ação se envolveram pessoas, moças e rapazes, do bairro. E depois de encontros de formação a juventude local passou a monitora as políticas públicas municipais ligadas a saúde. Mais especificamente a Unidade de Saúde da Família. O MJPOP Liberdade existe desde 2010 marcando presença nas Conferências de Juventudes do Município, nas reuniões da União de Moradores do Bairro, promovendo fóruns e debates locais. E em união com vários jovens de outros movimentos sociais dos bairro circunvizinhos produziram o documentário "Águas de Jaboatão". Tudo isso foi sendo construído em rede com jovens de outras Igrejas, de movimentos e organizações sociais. Também muito importante para nossa Caminhada é a presença do CEBI-PE (Centro de Estudos Bíblicos), nos assessorando na formação bíblica, no jeito comunitário de viver a Bíblia no dia a dia. 


Encontro MJPOP
Há um ano se aproximaram de nós mais pessoas jovens que, discernindo a nossa forma de ser, passaram a Caminhar e a sonhar conosco. Jovens do Núcleo Educacionista de Jaboatão. Moças e rapazes de nível universitário provenientes de escolas públicas do bairro que lutam por melhorias no sistema de educação do município. E nós nos integramos a mais essa ação porque entendemos que o serviço da Igreja tem a ver com a Diaconia proposta por Jesus. A ação sócio política é a Missão da Igreja para transformação das estruturas dominantes e opressoras da sociedade. E nossa mais nova descoberta foi o Cine clube Moscouzinho, um movimento popular que se dispõe a refletir sobre educação e política a partir do cinema popular. 
Pastoral Infantil


Desde janeiro deste ano começamos a Pastoral Infantil com o apoio da UMEAB, a partir do movimento de Oferta Unida de Gratidão, e estamos acompanhando cerca de 12 crianças, todos os sábados, com momentos de devocional, oração bíblica e brincadeiras, além de um delicioso lanche. Nosso objetivo é alcançar as famílias dessas crianças, criar vínculos de confiança e trabalhar preventivamente com cada qual delas. Esse projeto foi articulado pela presidente da UMEAB da Diocese, irmã Madalena Soares. 

O SADD - Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento -, tem acompanhado de perto toda essa Caminhada. Por isso com a articulação da representante diocesana, Ilcélia Soares, que sempre nos apoiou e acreditou em nossas ações missionárias, após abrir edital para projetos, aprovou um projeto específico para o fortalecimento das nossas atividades locais ligadas ao Monitoramento de Políticas Públicas. Vínhamos sonhando, em nossas reuniões de oração, com um instrumento que nos levasse para às ruas, que nos apoiasse na comunicação do Evangelho para todas as pessoas do bairro, vínhamos orando para que Deus nos desse a possibilidade financeira de confeccionar para nós uma Bicicleta de Som e Propaganda. E assim aconteceu. Graças a Deus, agora estamos com nossa Bicicleta da Liberdade, uma rádio sob três rodas.  




Ocupação Educacionista da Liberdade
Com ela todas essas atividades serão multiplicadas. Nossos cines populares serão realizados nas ruas. Nossos cultos evangelísticos serão realizados em praça pública, no meio do povo e com o povo. Apoiaremos as ações de cada movimento desses de nossa comunidade como nossa visão e missão evangelizadora.  

O MJPOP Liberdade já decidiu que vai discutir com a sociedade local a questão da Redução da Maioridade Penal propondo momentos de debates e reflexão para adolescentes das escolas públicas. E a Bicicleta Liberdade será um grande meio de provocar reflexão nas pessoas. 


Já decidimos que anunciaremos todas as reuniões da União de Moradores do bairro. Buscando contribuir para a maior participação das pessoas nas reuniões para refletir sobre as questões urgentes do bairro de Santo Aleixo. O Núcleo Educacionista já tem carteira liberada para refletir as questões ligadas a melhoria do ensino público. Teremos muitos momentos de cultura e diversão a partir de filmes e pequenas apresentações de artistas que receberão o convite para se apresentar em nossas ruas. 


Com a Bicicleta Liberdade iremos fazer programas de rádio e de vídeos para promover os Direitos Humanos e Cidadania. E claro, dessa forma, proclamaremos o Evangelho de Jesus para toda gente oprimida de nossa Região. Por isso, agradecemos, primeiramente, à Deus por sua bondade e misericórdia, agradecemos a todas as pessoas do SADD, especialmente a Revda. Magda Guedes, a 
Sandra Andrade e a Ilcélia Soares, ao nosso Bispo Dom Sebastião Armando que tanto nos ajuda de maneira amorosa, como um verdadeiro Pai em Deus, agradecemos o apoio de Reinaldo Almeida e Welinton Pereira (Visão Mundial), e ao Daniel Souza (REJU Nacional), agradecemos a parceria com a Catedral Anglicana da Santíssima Trindade, na pessoa do Revdo. Sérgio Andrade e de membros da comunidade, que nos apoia em oração e com ofertas generosas. Muita gente boa faz parte de nossa história e ajudou na nossa Caminhada de fé e ação missionária, por isso queremos também agradecer ao Revdo. João Peixoto, pela escolha de nossa casa e por ter nos pastoreado, ao Revdo. Gustavo Gilson que sempre caminha junto conosco, ao Revdo. Félix Filho por todo seu empenho, apoio e companheirismo no período da nossa reforma. Finalmente, queremos agradecer a todas as pessoas da comunidade de fé, Ponto Missionário da Liberdade, a cada criança, adolescente, jovem e pessoa adulta, a cada família envolvida nesse projeto missionário cheio de sonhos, mas que anda com os pés no chão das ruas e morros de Santo Aleixo. E rogar a Deus todas as bençãos merecidas a essa gente trabalhadeira e guerreira da Liberdade. Que Deus continue nos abençoando sempre. 

As ruas nos esperam, vidas esperam por nossa ação missionária transformadora. Vamos às ruas na paz de Cristo. Tenhamos coragem e sejamos fortes na proclamação do Evangelho a todas as pessoas, sirvamos ao Senhor com alegria, no Poder do Espírito Santo, ALELUIA! 


  




terça-feira, 23 de julho de 2013

Zé Vicente - Cordel a JMJ





Compartilho com você, na linguagem nossa do Cordel a Mensagem pra JMJ!

MENSAGEM PRA JMJ
Zé Vicente

Divino Espírito Santo
Me conceda inspiração
Pra escrever esses versos
Com verdade e emoção
Tu que és pra todo artista
A luz na mente e na vista
O tom pra toda canção!

Em nome de quem não pode
Participar da Jornada
Mundial da Juventude
Que está tão badalada
Quero mandar a mensagem
Com humildade e coragem
Deste irmão da Caminhada.

Esta Jornada,seu moço,
Reúne vários milhões
De toda parte do mundo
Continentes,regiões
Juntando jeitos e mentes
Parecidas,diferentes
Em milhares de ações

Julho de 2013
Todo Rio de Janeiro
Está em festa animada
Com jovens do mundo inteiro
Com a visita de Francisco
Que sem temer qualquer risco
Vem com sei jeito maneiro.

Eu mesmo,como poeta
E cantor da caminhada
Visitei muitos lugares
Nos rumos desta Jornada
Com Encontros Musicais
No interior e capitais
Eita missão bem animada!

Encontrei com muita gente
Não somente a juventude
Que participou em cheio
Com brilho e magnitude
Foi grande a preparação
Pra que a nossa missão
Ganhe vigor e atitude!

Daqui do meu Ceará
Acompanho a Jornada
Vendo toda cobertura
Da Mídia e da Rede Armada
Por quem aposta na Vida
Cheia da graça querida
Por Jesus anunciada.

Que o sopro do amor divino
De ousadia e compaixão
Mova o grito e cada gesto
Em favor da multidão
Que padece a violência
E renove a consciência
Por grande transformação!

Que a humildade e a beleza
Superem todo o egoísmo
Que a gente não alimente
A pompa e o triunfalismo
Que impede que toda Igreja
Testemunhe e sempre seja
Sinal bom do Cristianismo!

Meu amigos,companheiros,
Minhas amigas também
Especialmente jovens
Que lutam com o amor que tem
Não esqueçam a Profecia
Que Dom Helder insistia
Nas horas de Deus,amém!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mensagem de Marcelo Barros sobre a JMJ


Recife

Estou nesse momento indo para a favela de Santa Marta, no Rio, onde a Telesur, televisão bolivariana da Venezuela que transmite para toda a América Latina de lingua espanhola, colocou o seu estudio. Minha tarefa com eles é comentar a partir da teologia da libertação e da opcao dos mais pobres a visita do papa e a Jornada da Juventude. É claro que a própria figura do papa é de Igreja Cristandade e enquanto ele não renunciar a ser chefe de estado e monarca absouto da cristandade medieval, não adianta esses gestos simpaticos (que correm o risco de ser populistas) de sair do papamóvel e andar de jipe ou querer estar mais perto do povo. Será sempre como rei. E de acordo com isso, o arcebispo do Rio e os organizadores da viagem combinaram que o papa terá muito mais contato com o governo, autoridades políticas, elite econômica etc do que com a juventude propriamente. Com a juventude será sempre atos d e massa  e tradicionais - missa e via sacra. Com os outros encontros mais livres. A não ser que com uma delegação de jovens que coordenam a jornada junto com os padres e bispos. Alguém de voces sabe me dizer para que ou por que ou que sentido tem um papa abençoar os símbolos dos jogos olímpicos ou da Copa - que são instrumentos de confraternização da humanidade e são ecumênicos por si mesmos? Querem um sinal de mais cristandade nostálgica de sua hegemonia no mundo do que isso? Até que ponto  o papa Francisco conseguirá abrir brechas nessa fortaleza medieval? Veremos. 

O importante me parece ter claro: independentemente de Marcelo Rossi ou de Fábio de Melo, toda a jornada é um ato de cristandade e tem como finalidade trazer a juventude à Igreja Católica tradicional com missa e via sacra medieval e nem mesmo com círculos bíblicos ou leitura orante da Biblia ou grupos de jovem refletindo sobre a missão do jovem na escola e na universidade ou no trabalho. Não. Nas devoções do tempo em que eu era criança, antes do Vaticano II. Não sei se não haverá uma hora santa e um terço. E é claro nada ecumênico, nenhuma referência a outras Igrejas, outras religiões ou simplesmente à juventude do mundo que não acampa em nenhuma catedral religiosa.

Vocês sabem que durante toda essa semana, ligada à Jornada, o pessoal mais ligado às pastorais sociais e CEBs, vão ter o espaço da Tenda dos Mártires ou Tenda da Caminhada (não sei bem ainda como vão chamar) e que está implantada em uma paróquia da zona norte do Rio (perto da estação do metrô Maria das Graças) e que funcionará com debates e celebrações no estilo da caminhada da Igreja dos mártires e da libertação. Consegui que a TELESUR colocasse uma jornalista e uma câmara lá para noticiar para toda a América Latina os eventos mais significativos que não serão paralelos aos oficiais da JMJ, mas vamos dizer complementares. Temos de ser ecumênicos e não ficar falando de nós para nós mesmos. Então vamos sim participar dos grandes momentos juntos com toda a juventude aqui reunida. 

Sem dúvida, eu e alguns colegas tentaremos pegar uma ou outra palavra de Francisco, aqui e ali, para dizer seu apoio aos empobrecidos e seu desejo de um mundo mais justo e igualitário. Certamente isso teremos porque a própria estrutura eclesiástica precisa desse discurso, depois do inverno ártico ou antártico dos dois últimos pontificados. O problema é o risco de que, ao fazermos isso, estaremos legitimando esse modelo monárquico de Cristandade - aparentemente mais renovada e pintada de nova - sem deixar claro que os pobres não precisam apenas da piedade simpática do papa que vai a Lampedusa orar pelos africanos mortos na travessia do Mediterrâneo e lamentar os estragos evidentes da sociedade capitalista assassina. Querem sim ser sujeitos de sua história e querem sim o apoio e a adesão do papa e de todos à sua causa, mas isso significa bolivarianismo e Teologia da Libertação. Será que Francisco chega até lá? Se sim, pensemos em como apoiá-lo na luta interna lá com os Bertoni da vida, os que estão se beneficiando com o banco do Vaticano, o IOR e as 190 embaixadas do papa espalhadas pelo mundo (imaginem o nome pomposo: Nunciaturas apostólicas! Só se for dos apóstolos da Igreja Universal do Reino de Deus e sua teologia da prosperidade), sem falar no sempre vivo e atuante Bento XVI, morando, é claro, dentro do Vaticano a alguns metros da casa em que mora o atual papa e principal redator da primeira encíclica do Francisco (Lumen Fidei) que é uma visão da fé para a cristandade do século XIII (antes do Concilio de Trento) e que sem dúvida é o máximo que esse tipo de modelo de Igreja consegue alcançar.(No último capítulo, no final da carta, o atual papa tentou dar um tom mais simples e pastoral que parece a conversa amigável do pastor do que se crê pastor universal (de novo a ideia de Cristandade) em pleno s éculo XXI, mas sem querer entrar nos assuntos polêmicos ou fortes dos desafios da fé para o mundo atual.

Vou para o meu trabalho na TELESUR e os abraço na esperança sim de um mundo novo e uma Igreja renovada absolutamente possível, mas não a partir do papa (mesmo se esse for Francisco) e sim de nossas comunidades e pastorais populares na linha da eclesiologia do Vaticano II: Igrejas locais mais autônomas, com cara própria de Igrejas e não de departamentos locais ou filiais da cúria romana. É isso. Desculpem essa conversa comprida e um pouco de desabafo. É minha confiança em vocês que me permitem isso. 

Um abração do mano Marcelo  Barros 

(acho que vocês sabem quem sou, monge beneditino e assessor de movimentos populares, como o MST e o MTC (movimento de trabalhadores cristãos - antiga ACO)

domingo, 14 de julho de 2013

Violência de gênero: qual o papel da comunidade de fé?

Por Ilcélia Alves Soares


Estamos vivendo o período do dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e os 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero. Esses dias são lembrados em todo o mundo para mobilizar ações de prevenção e de enfrentamento desta violação dos direitos humanos.
Uma coalizão internacional de mulheres ecumênicas presentes na Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher (UNCSW) tem trabalhado com essa problemática na esperança que a comunidade internacional leve a sério o flagelo da violência contra as mulheres e meninas e se reúnam para buscar soluções que levem a sua prevenção e eliminação. Acabar com a violência contra as mulheres é uma das áreas prioritárias da UN Women (Mulheres na ONU).
A cada 15 segundos, uma mulher é espancada no Brasil. Segundo a Fundação Perseu Abramo, 70% dos casos de violência contra as mulheres acontecem dentro de casa e o autor dessa violência é uma pessoa com quem ela mantém ou manteve algum vínculo de afeto. Pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão em 2006, afirma que 51% da população brasileira conhece uma mulher que é ou foi vítima de algum tipo de violência pelo companheiro.
Diante dessa realidade, a Casa de apoio Noeli dos Santos em parceria com o Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD) e o Ministério Público de Rondônia (MPRO) promoveram, nos dias de 22 a 24 de novembro de 2012, o III Seminário de Capacitação Contra a Violência Doméstica, onde aconteceu o curso Violências contra as Mulheres: Diálogos, Direitos e Enfretamento. O objetivo era fortalecer a rede de apoio e enfrentamento às violências contra mulheres da cidade de Ariquemes-RO.
Frente à complexidade do fenômeno da violência, deparamo-nos com a relevância da rede de apoio e serviços no processo de ruptura das violências e a dimensão de sua existência. A rede deve integrar as instituições que a compõem, com a finalidade de manter o vínculo por meio de ações ou trabalhos conjuntos no enfrentamento às violencias contra as mulheres.
Nas redes estão envolvidas as Unidades de Saúde do SUS (Pronto Atendimento, Setores de Emergência e da Assistência Hospitalar; Serviços de Saúde Mental), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o Ministério Público, e o Conselho Municipal dos Direitos a Secretarias de Governo (Secretarias de Ação Social e da Mulher, por exemplo), Delegacia da Mulher, Casa de Apoio e Centros de Referência.
A rede de Ariquemes, contudo, existe e apresenta um perfil muito particular. Mapiar e identificar seus/suas ator@s foi um dos resultados desse trabalho: são pessoas, grupos e instituições e todos e todas participaram ativamente do curso, conforme discriminado abaixo: (conferir tabela no texto completo disponível em Violência de Gênero).
As palestrantes de diferentes profissões e regiões do país – norte, sudeste e nordeste – abordaram os temas de forma participativa, com exposições dialogadas e trabalhos em grupos.
Promotora de justiça Priscila Matzembacher – Expôs a lei Maria da Penha: o histórico, seus principais artigos e medidas protetivas que asseguram a integridade e os direitos das mulheres.
Assistente Social Ester Leite Lisboa – Fez um resgate histórico da compreensão de gênero, desde a Idade Média, e das lutas e vitórias das mulheres que marcaram e construíram a história. Apresentou questões relativas à diversidade, as relações e equidade de gênero, os papéis sociais e a heteronormatividade, permitindo uma reflexão sobre direitos humanos.
Psicóloga Ilcélia Alves Soares – Falou sobre as violências contra as Mulheres – Diálogos e Enfrentamentos – através dos conceitos e formas de violência de gênero, aspectos psicossociais e impactos das violências na vida das mulheres e de suas famílias, possibilidades de rupturas das violências. Apresentou ainda a rede de enfretamento e seus serviços e políticas de atendimento às mulheres de Ariquemes.
Esse curso é fruto de dois anos de trabalho da Reverenda Elineide Ferreira Oliveira, Reverendo Hugo Armando Sanchez, juntamente com Lúcia e Rejanne Sanchez e outras representantes da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), resultado de ações constituídas cotidianamente para estabelecer uma cultura de paz em Ariquemes.
Respeitando a laicidade do Estado, Elineide e Hugo, representando a Igreja Episcopal Anglicana local, vinculada ao Distrito Missionário Anglicano, têm dialogado com o Poder Público, a rede de atendimento às mulheres, Secretarias Municipais, instituições e sociedade civil com o desejo de pensar e realizar trabalhos pautados na justiça e equidade para todos e todas.
Casa de Apoio e Acolhimento Noeli dos Santos
A ideia da casa de apoio surgiu em uma conversa entre o reverendo Hugo Sanchez e a jornalista Cássia Bardi, na época, coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social. Cássia recomendou um espaço de acolhimento a mulheres que viviam em situação de violência. A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil aceitou o desafio e juntamente com a Associação Anglicana Desmond Tutu criaram a Casa de Apoio e Acolhimento Noeli Dos Santos, única no estado de Rondônia.
A Casa de Apoio Noeli dos Santos acolhe as mulheres que vivem em situação de violência de gênero, viabiliza o atendimento psicológico, clínico e social dessas mulheres, realiza encaminhamentos jurídicos aos órgãos competentes, e capacita profissionalmente as mulheres para o mercado de trabalho. Promove também conscientização de seus direitos e reinserção na sociedade. A Reverenda Elineide Ferreira Oliveira coordena a casa que tem capacidade de acolher mulheres com seus filhos por um período mínimo de um dia e máximo de 90 dias. Esses prazos também são resultados da humanização do trabalho.
Por fim, pedimos licença ao poeta para reafirmar que essa caminhada também tem sua canção e que todas as Marias/Mulheres “É a dose mais forte e lenta de uma gente que rí quando deve chorar. E não vive, apenas aguenta” – hoje, não mais caladas, elas rompem o silêncio e acreditam: que “…é preciso ter manha. É preciso ter graça, É preciso ter sonho sempre, Quem traz na pele essa marca, Possui a estranha mania, De ter fé na vida.”

Encontro de Esperança e Liberdade




Infelizmente não pude ficar para participar da Celebração Eucarística de ontem. Mas saí com o espírito animado após confirmar a fé e a rebeldia peculiares desse grupo que tem no Ponto Missionário da Liberdade um espaço de comunhão. Comunhão não necessariamente da doutrina Anglicana, mas, sobretudo, das espiritualidades cristãs. Uma convergência atípica de pessoas (ex)religiosas de berços eclesiais diversos, cujos horizontes utópicos e expectativas político-sociais confundem-se, tendo como eixo - conscientemente ou não - as sugestões sincréticas e ecumênicas sintetizadas e acalentadas pela Teologia da Libertação. Como bem percebeu Dom Sebastião Armando, gradualmente vamos abandonando as identidades estáveis exigidas inclusive pelas religiões mais tradicionais, mas continuando sedentos e famintos dos "poemas" possíveis na liturgia, nas orações individuais e comunitárias, na leitura compartilhada, orante e crítica da Bíblia. Vivemos uma crise paradigmática e de identidades que precisa ser assumida (inclusive pela Igreja Anglicana) e analisada com sabedoria - com o apoio da teologia, a partir de um instrumental teórico atualizado. 

Ao longo do século XXI, possivelmente os critérios para nossa identificação (pessoal e coletiva, própria ou alheia) não mais serão os símbolos desgastados e muitas vezes estéreis reunidos e expressos pelas instituições "religião" e "igreja" - mas nosso compromisso profético com os nossos, conosco mesmos, os preferidos do ministério de Jesus (que afirmava "o vento sopra aonde quer"). Estamos aqui, por opção e com liberdade, para continuar esse ministério e atualizá-lo, ressignificando-o a partir do chão de nossas origens. É isso o que mais importa. Sou feliz por congregar com tanta gente boa, ainda mais quando o diálogo inter-religioso e até "extra-religioso" se apresenta como acréscimo ao desafio! Avante!

terça-feira, 2 de julho de 2013

NOTA SOBRE OS RECENTES ACONTECIMENTOS NO PAÍS

Nota da Diocese Anglicana do Recife, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, representada por seu Bispo Dom Sebastião Armando, sobre os Recentes Acontecimentos no País. 
Para ler, clique aqui

CARTA PASTORAL SOBRE A LITURGIA E SEU LUGAR NA VIDA DA IGREJA

Carta Pastoral de Dom Sebastião Armando, por graça de Deus e eleição do povo, Bispo da Igreja Católica de Crito, na Diocese Anglicana do Recife, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, sobre a Sagrada Liturgia e seu lugar na vida da Igreja. 

Para ler, clique aqui

Brasis - Diocese Anglicana do Recife

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PONTO MISSIONÁRIO DA LIBERDADE
4ª Travessa Santo Aleixo, 275
Santo Aleixo - Jaboatão dos Guararapes - PE
Próximo ao Mercadinho Asa Branca