terça-feira, 28 de junho de 2011

O DIA EM QUE JESUS VISITOU UM TERREIRO DE CANDOMBLÉ

Frei Carlos Mesters

Certa vez, Jesus reuniu os discípulos e as discípulas e disse: Quando vocês forem anunciar o Reino, não devem levar dinheiro nem comida, mas devem confiar no povo. Chegando a um lugar, se vocês forem acolhidos, e o povo partilhar comida e casa com vocês, e se vocês participarem da vida deles trabalhando e tratando dos doentes e do pessoal marginalizado, sem voz nem vez, então podem dizer ao povo que com toda certeza: “Gente! Olhe aqui! O Reino chegou! Está chegando!” E eles foram...
Jesus também foi. Andou, andou, andou. Já era quase noite. Estava começando a escurecer quando chegou a um terreiro. O pessoal que entrava, saudava-o e dizia: “boa noite, Jesus! Entre e sinta-se em casa. Participe com a gente.” Jesus entrou. Viu o pessoal reunido. A maioria era pobre. Alguns, não muitos, eram de classe média. Todo mundo dançando, alegre. Havia muita criança no meio. Viu como todos eles se abraçavam entre si. Viu como os brancos eram acolhidos pelos negros como irmãos. Jesus, ele também foi sendo acolhido e abraçado. Estranhou, pois conheciam o nome dele. Eles o chamavam de Jesus, como se fosse amigo e irmão de longa data; gostou de ser acolhido assim...
Viu também como a mãe-de-santo recebia o abraço de todos e como ela retribuía acolhendo a todos. Viu como invocavam os orixás e como alguns vinham distribuindo passes para ajudar os aflitos, doentes e necessitados. Jesus também entrou na fila e foi até a mãe-de-santo.
Quando chegou a vez dele, abraçou-a e ela disse: “A paz esteja com você, Jesus”. Ele respondeu: “Com a senhora também! Posso fazer uma pergunta?” Ela respondeu: “Pois não, Jesus!” E ele disse: “Como é que eles sabem meu nome?” Ela riu: “Mas, Jesus, aqui todo mundo conhece você. Você é muito amigo da gente. Sinta-se em casa, aqui, no meio de nós”.
Jesus olhou para ela e disse: “Muito obrigado!”. E continuou: “Mãe, estou gostando, pois o Reino de Deus já está aqui no meio de vocês.” Ela olhou para Ele e disse: “Muito obrigada, Jesus! Mas isso a gente já sabia. Ou melhor, já adivinhava! Obrigada por confirmar a gente. Você deve ter um orixá muito bom. Vamos dançar para que ele venha nos ajudar!” E Jesus entrou na dança. Dentro dele o coração pulava de alegria, sentia uma imensa felicidade e dizia baixinho: “Pai, eu Te agradeço porque escondestes essas coisas dos sábios e dos entendidos e as revelastes ao povo humilde aqui do terreiro. Sim, Pai, assim foi do teu agrado!” Dançou um tempão. No fim, comeu pipoca, cocada e batata assada com óleo de dendê que o pessoal partilhava com Ele. E dentro dele o coração repetia, sem cessar: “Sim, o Reino de Deus chegou! Pai, eu Te agradeço”! Assim foi do teu agrado!”
Frei Carlos Mesters

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Gente, hoje é o aniversário de Esdras


Parabéns pra você...
Que você continue crescendo sempre...na vida!
Muitas alegrias, muita paz e muito sucesso em 
tudo que você desejar.
Um abraço bem apertado dos que fazem
o Ponto Missionário da Liberdade.

Acusado de assassinar universitário em Recife é julgado



Alcides do Nascimento Lins foi morto ano passado, quando estava quase se formando no curso de Biomedicina da UFPE. O outro réu é adolescente e cumpre medida sócio-educativa.

Acabou na noite desta terça-feira (14) o julgamento de um dos acusados de matar o universitário Alcides do Nascimento Lins, no Recife, no ano passado. Um assassinato que comoveu o Brasil inteiro.
Alcides estava quase se formando no curso de Biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco, depois de ter se classificado no vestibular em primeiro lugar entre os alunos de escolas públicas.
Nesta terça, o tribunal estava cheio. A ex-catadora de lixo Maria Luíza do Nascimento vestiu o jaleco do filho assassinado.
O réu João Guilherme Nunes da Costa é um dos acusados. O outro é adolescente e cumpre medida sócio-educativa.
No primeiro julgamento, ele foi condenado a 25 anos de prisão.

domingo, 12 de junho de 2011

Pré-Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa









Por Walkiria Rodrigues

A Secretaria Municipal de Promoção da Cidadania, a Secretaria Executiva dos Direitos do Idoso e das Pessoas com Deficiência Física e o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa - COMDDI/JG, promoveram a primeira Pré-Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa "O compromisso de todos por um envelhecinento digno no Brasil". Foi realizada com as Regionais 1, 2 e 3 na terça-feira (07/06), na IBCJ em Jaboatão Centro, das 8h30min ás 16 h e na sexta-feira (10/06) foi a vez das Regionais  4,5, 6 e 7 na Igreja Anglicana do Espírito Santo, em Piedade.

Foram apresentadas propostas para defesa e proteção dos direitos da pessoa idosa e eleição dos delegados para a 1ª Conferência que será realizada em julho, nos dias 6 e 7, no Hotel Golden Beach em Piedade.
Os temas propostos nesta conferência serão encaminhados para as conferências estadual e nacional para que posteriormente se tornem leis.

O Ponto Missionário da Liberdade faz parte da Regional 1 (centro) e teve como representantes D. Madalena Soares, presidente da UMEAB diocesana, o Ministro Pastoral Izaías Torquato e Walkiria Rodrigues, que terá vez e voto como um(a) dos(as) delegados(as) na 1ª Conferência.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Minha comunidade livre da dengue

Vamos acabar com a Dengue!




No dia 10 de junho de 2011 às 14 horas aconteceu uma caminhada com concentração em frente à Escola José Carneiro, percorrendo algumas ruas do bairro de Santo Aleixo e retornando para a frente da referida escola.








Foi realizada a apresentação de um teatrinho de fantoches para mostrar ao público presente a prevenção e o combate à Dengue.






Houve premiações para os alunos, das escolas participantes, que mais se destacaram nas redações e desenhos do Concurso Cultural  “Minha comunidade livre da dengue”.









O prêmio Escola Destaque foi para o Educandário Ximenes.






Às 15h30min as despedidas e os agradecimentos foram feitos a todos que contribuíram para o sucesso desta campanha de conscientização para o combate à esta doença que tem acometido tantas pessoas.






Realização:
União dos Moradores de Santo Aleixo



Apoio:

Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, MjPOP Liberdade
Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes (Guarda Municipal, Secretaria de Saúde),
Escolas Públicas e Particulares,
Comerciantes do bairro,
Grave Home Studio




Mais fotos aqui

E NUM É QUE HOJE É O NIVER DE... (COMO É MESMO QUE SE ESCREVE O NOME DELA?) WILDJA!!!!!!!

Ida

Amamos você!  Mesmo com tanta chatice concentrada numa pessoa só.
Por isso escolhi essa canção de Djavan para declarar nosso carinho por você.
A canção fala de um amor puro, então escute esta canção como sendo uma mensagem do Ponto Missionário da Liberdade a você. Acho que esta canção expressa bem o carinho de Tati, Irís, Debinha... da galera toda! 
Do mjPOP da Liberdade, vivendo e fazendo uma grande história!


PARABÉNS!


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pronunciamento do Primaz Dom Maurício Andrade a respeito da decisão do STF



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“… o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia,


e  andes humildemente com teu Deus.”Miqueias 6. 8.




- Recebemos com serenidade a recente decisão unânime do STF sobre o reconhecimento jurídico das uniões estáveis de pessoas homoafetivas. Tal aprovação representa um importante avanço em nossa sociedade na busca pela superação de todas as formas de preconceito e um aperfeiçoamento no conceito de igualdade e cidadania numa sociedade marcada pela pluralidade, mas também por profundas desigualdades e discriminações;
- Nosso reconhecimento é feito com base em sólida tradição de defesa da separação entre igreja e estado (e entre religiões e estado), que não significa a sujeição de um campo ao outro, nem a substituição de um pelo outro, mas a necessária junção da autonomia institucional e legal com a liberdade de expressão e o pluralismo. Ou seja, a IEAB sente-se perfeitamente à vontade para expressar sua posição porque sua prática a recomenda e porque entende que o estado deve ser continuamente acompanhado em suas decisões, em qualquer esfera de poder, aprovando-o ou questionando-o em suas ações;
- A decisão do STF levanta sérios desafios a todos os cristãos de todas as igrejas, pois requer abertura para reconhecer que as relações homoafetivas são parte do jeito de ser da sociedade e do próprio ser humano. A partir de agora, os direitos desse grupo tornaram-se iguais aos de todas as outras pessoas. Reconhecemos que há ainda muito o que fazer nesse campo, pastoral e socialmente, para afirmar a dignidade da pessoa humana e seus direitos.Sabemos que um profundo e longo debate deve acontecer na sociedade brasileira a este respeito, e a IEAB não está isenta de nele participar, com profunda seriedade e compromisso de entender as implicações do evangelho de Jesus Cristo em nosso tempo e lugar;
- Reconhecemos que tal decisão é resposta à prece que sempre fazemos em nossos ritos de Oração Matutina/Vespertina: “Ó Senhor, que nos governas… ao teu misericordioso cuidado encomendamos nossa Pátria… concede a todas as Autoridades, sabedoria e força para conhecer e praticar a tua vontade. Enche-os de amor à verdade e à justiça…” (Livro de Oração Comum, pg. 38). Assim, afirmamos nosso compromisso pastoral para com essas pessoas. Cremos que a promessa declarada no rito do batismo: “És de Cristo para sempre!” (Livro de Oração Comum pag. 169) repousa sobre todos nós e, portanto, não nos cabe decidir quem pertence ou não a Deus.
- Neste momento de mudança, reafirmamos nosso compromisso de ser uma Igreja que Acolhe e Serve, reconhecendo o “sensus fidelium” declarado na última CONFELIDER: defender os Direitos Humanos e o Direito à Cidadania plena. Entendemos que esse compromisso é decorrência dos votos que fazemos perante o altar em nossa confirmação: “Defenderás a justiça e a paz para todos, respeitando a dignidade de todo ser humano” (Livro de Oração Comum pg 179);
- Louvamos a Deus pelos avanços conquistados, entendendo que fazem parte da sutil e gradativa inspiração do Espírito Santo para transformar nossa sociedade.   Conclamamos todos os anglicanos e anglicanas a acolher as pessoas que nos buscam, a orar por elas  e acompanhá-las pastoralmente, entendendo que a Igreja é um edifício ainda em construção e que a totalidade de sua membresia só é conhecida pelo próprio Cristo, Senhor da Igreja.
- No amor inclusivo de Jesus Cristo, nosso Senhor e Rei e supremo juiz dos vivos e mortos,


Dom Maurício Andrade.
 Bispo Primaz 
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

sábado, 4 de junho de 2011

Igreja em festa


Dom Naudal Gomes da Diocese Anglicana de Curitiba


Aniversário da IEAB


Há dois anos visitei o Seminário de Virgínia – VTS - de onde vieram nossos missionários. Pude vivenciar com profunda reverencia e emoção uma liturgia eucarística na bela capela, onde há belos vitrais dedicados a missão, com vários outros símbolos lembrando a vocação das pessoas desse lugar. Ali está uma placa da IEAB homenageando, no seu centenário, aos pioneiros enviados pelo VTS.
Me reencantei com a missão ao lembrar nossa história, relendo de capa a capa o Livro do Oswaldo Kickofel, Notas para uma História da IEAB. Me reencontei com a missão ao lembrar o ardor missionário dos estudantes, professores e famílias do VTS, que fundando a Sociedade Missionária, passou a enviar seus estudantes recém formados e recém ordenados para apresentar Jesus Cristo de acordo com nossa maneira de ser em terras distantes. Particularmente para o Oriente. Entretanto, o Espírito Santo, enviou alguns para o Brasil. Me reencantei com a missão ao recordar a perseverança e determinação de Morris, Kilsonving, e Meen, inicialmente, que recorreram a todas as instâncias da Igreja dos USA para ter autorização para a viagem missionária e para levantar recursos suficientes para tal. Para isso, foram em peregrinação por várias igrejas, falando entusiasmadamente sobre o projeto missionário para o Brasil, sensibilizando a muitas pessoas que contribuíram generosamente, não só para a viagem, mas para o sustento da missão nos primeiros tempos. Fiquei profundamente sensibilizado e emocionado diante da cruz celta, assinalando a sepultura do Rev. Morris, nos jardins do Seminário de Virginia.

Há poucos dias, recebi relatório de nossa CONFELIDER, realizada ano passado, onde pode-se ler, entre outros importantes compromissos e recomendações, algo que me entusiasma e deve nos tocar muito, diz “queremos ser apaixonados por Jesus Cristo e pela IEAB, onde a razão não endurece o coração”... “o compromisso com a inclusividade, a transformação e a profecia” . Como participei dessa conferência, posso testemunhar que isso significa ser apaixonado pelo serviço, pelo amor fraternal, na ação e testemunho profético, no diálogo, na oração, na coerência entre o que oramos e o que fazemos, na aceitação e respeito pelo diferente... E, certamente, “apaixonarmos pela IEAB”, não significa reafirmação doutrinal nem ações proselitistas, tampouco afirmações apologéticas em defesa da instituição, mas significa assumir verdadeiramente e integralmente a sua maneira de ser, o jeito de ser episcopal anglicano, que é singular e nos diferencia das demais denominações cristãs. Contudo, reconhecemos e respeitamos o valor, a espiritualidade e a maneira de ser das demais igrejas cristãs e religiões.

Ao celebrar nosso aniversário, recordando que em 1º de junho de 1890, Morris, Kinsolving e uma grande congregação, celebraram nosso primeiro culto, em português, no Brasil, iniciando oficialmente a IEAB, me reentusiasmo e reencanto pela missão e pela IEAB, juntamente com muitos clérigos/as e leigos/as da nossa Diocese e Província.

Graça e paz,

+Naudal

Igreja a gente vive com paixão!

Seja humano. Seja cristão. Seja anglicano!





Frutos do Brasil


Frutos do Brasil from Jean Mello on Vimeo.

Pro dia nascer feliz



Um dos Mais impressionantes Documentários Sobre a Realidade Nacional. Caso n, Porto hum, Vasto e sensível Painel da Educação do Estado n. atraves Brasil de Jovens DEPOIMENTOS emocionantes de fazer ensino Médio e de Professores de Três Diferentes regioes brasileiras. Da menina Valéria Que recitava poesias não longínquo sertão nordestino, lutando contra Toda sorte de adversidade social



Pro Dia Nascer Feliz from Jean Mello on Vimeo.

Até Onde a Vista Alcança


Até Onde a Vista Alcança from Felipe Peres Calheiros on Vimeo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Por que o brasileiro não reclama?



Porque ele acredita que, se ninguém reage, é melhor ele também não reagir. Essa é a conclusão de um novo estudo sobre a notória passividade nacional
MARTHA MENDONÇA E RONALD FREITAS
Na volta para casa, na hora do rush, a barriga de nove meses da operadora de caixa Josy de Sousa Santos, de 30 anos, vai espremida entre os passageiros do metrô que liga Brasília a Ceilândia, na periferia da capital. Josy, assim como outras gestantes, mulheres com bebê no colo, idosos e pessoas com deficiência, tem direito a um assento especial em transporte público. É o que diz a Lei Federal no 10.048, em vigor desde 2000. No aperto do trem, porém, são poucas as pessoas que cedem o lugar especial à grávida. Josy não reclama. “Não peço, não gosto de incomodar nem de criar confusão”, diz. Nesse mesmo metrô, até dois anos atrás, o aposentado Antônio Alves Barbosa, de 76 anos, queixava-se quando não lhe cediam o espaço reservado para idosos. Depois que um jovem o agrediu verbalmente, desistiu de reclamar. “Ele disse que velho tinha de morrer”, afirma Barbosa.
Não se trata de um problema exclusivo do metrô de Brasília. O brasileiro não tem o hábito de protestar no cotidiano. A corrupção dos políticos, o aumento de impostos, o descaso nos hospitais, as filas imensas nos bancos e a violência diária só levam a população às ruas em circunstâncias excepcionais. Por que isso acontece? A resposta a tanta passividade pode estar em um estudo de Fábio Iglesias, doutor em Psicologia e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, o brasileiro é protagonista do fenômeno “ignorância pluralística”, termo cunhado pela primeira vez em 1924 pelo americano Floyd Alport, pioneiro da psicologia social moderna. Leia mais...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Zé Cláudio Ribeiro Nov 2010 (English subtitles)

Sobre a vida e liturgia (II)


Pe. Reginaldo Veloso





Três historinhas em torno de um mesmo tema



2. A Liturgia de Isabel...

Na entrada da Rua Lucélia, passada a pontezinha sobre o canal, por onde escorre toda a imundície do Córrego do Euclides, há um correr de quartos, cada qual com porta e janela voltadas para o sol nascente. Não conto as vezes que, indo ou vindo, passei em frente ao quarto onde morava uma velhinha de pixaim encanecido e rostinho encriquilhado, feito maracujá de gaveta, a quem dava as horas e ouvia em troca um “bom dia” ou “boa tarde” de uma voz alquebrada e doce.

Outro dia, fui procurado por uma comadre minha para fazer a “encomendação” de Isabel... Era a velhinha da entrada da Rua Lucélia que havia falecido. Nunca gostei de fazer rezas apenas formais, “para cumprir tabela”. Por isso, tive o cuidado de perguntar à minha comadre o que ela sabia sobre Isabel... Aquela velhinha que eu tantas vezes saudara ao longo de anos de passar pela entrada da Rua Lucélia era uma viúva que ali vivia há muitos anos, viera do interior e recebera de um filho falecido, ainda jovem, a “herança” de uma ruma de netos para criar... Criou-os todos botando água de ganho... Mas como se não bastasse, seu barraco era o abrigo de quem não tinha onde ficar, quando vinha do interior para tratar-se no Recife... Isabel socorria, do jeito que podia, toda pessoa que dela precisasse e a ela acorresse em busca de ajuda... “Um pessoa que não era de religião, não era de igreja, mas fez caridade a muita gente”, concluía minha comadre.

Próximo à hora do enterro, cheguei para fazer a encomendação. Mal dava para entrar na salinha apertada, onde, em volta do caixão coberto de flores, estavam as poucas pessoas que cabiam, amigos e familiares, os quatro castiçais, dois de cada lado e, encimando a cabeça da defunta, a imagem do Crucificado. Cantamos o Salmo 23, o salmo do Deus Pastor, li o Evangelho da Oferta da Viúva e, em seguida, senti-me muito à vontade, mesmo sem ser papa, para canonizar Isabel: estávamos ali diante de uma vida que subia para Deus com o aroma suave daquelas flores e o brilho e a fumaça daquelas velas, como agradável oferta para Deus. Ali estava o franzino corpo de uma mulher curtido pela dureza da vida e a totalidade da entrega a serviço de quem dela precisou. Um ser feito de amor, como o Cristo representado por aquela cruz. Em suma, uma santa. Santa Izabel do Córrego do Euclides!

"Em verdade vos digo: esta viúva pobre deu mais do que todos os outros que depositaram no cofre. Pois todos eles deram do que tinham de sobra, ao passo que ela, da sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha para viver" Mc 12,43-44.


Brasis - Diocese Anglicana do Recife

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PONTO MISSIONÁRIO DA LIBERDADE
4ª Travessa Santo Aleixo, 275
Santo Aleixo - Jaboatão dos Guararapes - PE
Próximo ao Mercadinho Asa Branca