quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A psicóloga Ilcélia Soares participar de Encontro da Comissão das Nações Unidas

Mulheres Ecumênicas na Comissão sobre o Status das Mulheres: desafios de viver no mundo de Deus Pai/Deus Mãe sem violência de gênero.1

Mandala pela PAZ


As Mulheres Ecumênicas estão presentes na Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher (CSW UN) desde 2000. É uma coalizão internacional de igrejas e organizações ecumênicas junto ao Conselho Econômico e Social da Nações Unidas (ECOSOC).

Como organizações baseadas na fé, elas admitem que, historicamente, algumas instituições e comunidades de fé criaram e perpetraram uma narrativa de subserviência das mulheres e meninas, através de seus ensinos e práticas em relação as estruturas patriarcais. Além disso, elas reconhecem a sua responsabilidade e, também hoje, a capacidade de prevenir a violência e defender as mulheres e meninas como criadas à imagem de Deus e igual a dos homens e meninos.

As Mulheres Ecumênicas, representando 29 países, sendo o Brasil um deles, e 18 Comunidades de Fé, entre elas a Comunhão Anglicana, estavam presentes na quiquagésima sétima reunião sobre o Status da Mulher (CSW57), nas Nações Unidas, durante o periodo de 04 a 15 de março de 2013. Antes desse evento, no dia 02 de março, realizou-se o primeiro encontro em Nova Iorque com o propósito de reunir essas representações para celebração e diálogo em defesa dos direitos das mulheres nos campos político, econômico, civil, social e educacional.

A participação das Mulheres Ecumênicas na Comissão sobre o Status da Mulher é para chamar à atenção sobre as questões vinculadas ao tema da eliminação e prevenção da violência contra mulheres e meninas e sugerir recomendações possíveis a ação, as quais seguem abaixo:
  • Reconhecem que, subjacente a todas as formas de violência, existem fatores culturais, estruturais e econômicos que criam desequilíbrio, que humilha e diminui a dignidade de meninas e mulheres. A discriminação de gênero aumenta o risco de violência contra elas que, desde a infância, são ensinadas a normalizar, aceitar e suportar as violências como prática cultural. Aceitar essa discriminação de gênero é ser conivente com a violação de seus direitos humanos.
  • A aceitação cultural da discriminação leva à discriminação estrutural. Muitos governos adotam uma legislação nacional pelo fim da violência contra as mulheres, mas não conseguem implementá-la. Mais mulheres devem ser envolvidas nos processos de decisão e os estados devem trabalhar ativamente para prevenir e punir a violência contra as mulheres nos lugares de esfera pública ou privada.
  • A discriminação econômica impede as mulheres de contribuir integralmente como agentes econômicos e, muitas vezes, não são reconhecidas por suas contribuições e são impedidas de participar nas economias locais, regionais e internacionais.
  • Nós reconhecemos que a violência contra mulheres e meninas é de fato um problema social. A fim de combater as raízes da violência baseada no gênero, todos os setores da sociedade devem trabalhar juntos.
  • Devemos prestar atenção especial tambem às necessidades das populações minoritárias: rural, indígena e imigrantes dentro dos Estados que frequentemente enfrentam dificuldades particulares para o combate à violência, devido ao seu isolamento geográfico e relacional de posições e centros de poder. Isso afeta a sua capacidade de acessar os recursos, tais como serviços, educação e informação.
As Mulheres Ecumênicas apelam a ONU e a suas agências especializadas para:
  • Promover uma plataforma para o diálogo aberto, especialmente para aquelas sociedades onde o silêncio, vergonha e negação impedem que as mulheres e meninas deêm um passo à frente e recebam os subsídios de que necessitam.
  • Desenvolver planos de ação nacionais para erradicar o tráfico humano e fazer cumprir os esforços internacionais para com os compromissos estabelecidos no Protocolo da ONU para Prevenir, Suprimir e Punir o Tráfico de pessoas.
  • Desenvolver campanhas de sensibilização e mecanismos de informação para a igualdade de gênero.
  • Educar homens e meninos sobre as relações respeitosas com as mulheres e meninas.
  • Criar e apoiar programas que suportem os direitos, especialmente, das mulheres, da minoria (rural, indígena, imigrantes), fortalecendo as comunidades e promovendo o bem-estar de todas as pessoas.
  • Trabalhar para educação e acesso a dispositivos de saúde reprodutiva, incluindo a contracepção e prevenção de DSTs/HIV/AIDS.

Durante os 14 dias de trabalho, estavam todas confiantes de
que compartilhar a voz é um espaço para o ativismo: “eliminação e prevenção da violência contra mulheres e meninas”, e de que, quando voltassem a suas casas, continuariam com este trabalho para partilhar o que aprenderam umas com as outras e viver os desafios no mundo de Deus Pai/Deus Mãe.

1 Ilcélia Soares

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