Maio é mês de chuva. Até meados
de julho teremos muita água por aqui. E a gente do Nordeste não deve reclamar
disso. Pelo contrário, água em nossa Região deve ser sempre sinal de benção. Se
for no interior, então... É uma eterna espera por chuva. Mas, quem mora nas áreas
dos grandes centros urbanos, quando chove, sente na pele o sofrimento de
alagamentos, deslizamentos de barreiras, enchentes pelas ruas das cidades, até
mesmo perda de pessoas queridas mortas pela chuva. O resultado é inverso aquele
do Sertão. Água é bom, chuva é benção.
Quando chove por aqui, tudo
alaga. Nos últimos dias, nossa casa, a sede da Comunidade Anglicana da
Liberdade, sofreu com as enchentes. A lama entrou em todos os lugares e
espaços. Mas, isso serve para nos reunir, unir e celebrar. Por isso, passamos o
domingo da Santíssima Trindade em união e comunhão de serviço comunitário,
liturgia pura, na prática. Desde cedo começamos o mutirão de limpeza. Lama por
todos os lados, lixo envolta, a casa toda para limpar. Partilhamos dúvidas,
oramos enquanto passávamos as vasouras e rodos, durante o almoço planejamos o
futuro... Limpamos tudo conscientes de que a qualquer momento pode chover e
alagar novamente.
Uma frase me chamou atenção. Determinado
momento, na oração, uma das pessoas reunidas disse: “É bom que entre água em
nossa casa. Só assim a Igreja fica sabendo o que o povo, que mora na beira do
rio, sofre!”. Lamentamos muito, também, a realidade das pessoas que moram
próximas de nós, nas barreiras e morros de Santo Aleixo, nos solidarizamos com
elas e suas famílias. Mas, devemos sofrer com elas, sentir na pele suas dores e
sofrimentos, fazer-se presente e sentir essas dores e sofrimentos colocando os
pés na lama e no barro.
Que Deus*, Divindade Plena de Amor, nos ajude a
compreender nossa Missão no bairro de Santo Aleixo e nos inspire a ser fieis ao
convite de nosso: Liberdade!
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